De Jean-Pierre Jeunet
Filme maravilhoso! Chamou minha atenção,
primeiro, por estrelar Audrey Tautou, minha amada Amélie. Quando vi que também
era o mesmo diretor de Amélie Poulain, Jean-Pierre Jeunet, sempre fabuloso em
seus filmes, sabia que era uma boa escolha. Comecei a assistir pelos créditos,
para me familiarizar com o contexto em que se passa e, quando iniciei os
comentários do diretor sobre o filme, ele advertiu que iria acabar com o
romantismo e poesia de Amélie. Seria melhor não assisti-lo antes de ver o
filme. Imediatamente parei.
Deixo
claro que não tenho a intenção de revelar as cenas do filme, para que os que
não viram, possam se surpreender. Contarei minhas emoções ao assisti-lo e as
irresistíveis comparações com O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Em todo
caso, seja livre para não querer se contaminar pelas minhas impressões. Sendo
assim, leia depois de assistir... Mas leia! (risos)
De
início decidi terminar de almoçar. Foi muito difícil assistir certas coisas...
A advertência às cenas de violência indica o filme para maiores de 16 anos.
Compreensível. Quando Audrey aparece, chega a ser um consolo após tanta
truculência. Além disso, o filme requer muito a atenção a pequenos detalhes que
farão toda a diferença na captação de cada personagem, quem são, o que fazem, o
fim que terão. É fácil chegar ao final e se sentir um pouco perdido. Creio que
eu mesma entenderei melhor quando assistir novamente, pela quantidade de
informações, mesmo o diretor tendo se desdobrado para que ficasse mais claro.
É
uma linda história de amor, uma triste história de guerra, baseada no livro Um
Long Dimanche de Fíançailles, de Sébastien Japrisot, um escritor francês que morreu
em 2003, aos 72 anos. O filme é de 2004. Concorreu a dois prêmios Oscar em
2005. Além da querida Audrey, participam do filme as atrizes conhecidas Marion
Cotillard e Jodie Foster, que foi uma enorme e breve surpresa. O restante do
elenco é todo francês, além de direção, produção e maquiadores, e quase todos
os profissionais dos bastidores do filme são os mesmos de Amélie. E três atores
que figuraram em Amélie estão presentes: Ticky Holgado (o homem das fotos que
fala com Nino), Dominique Pinon (o homem do gravador no café) e Urbain
Cancelier (Mr. Collignon). Foi todo filmado na França. Apesar disso, a
distribuidora é a Warner Bros, por isso se tornou um filme americano, norte
americano ou, como eu prefiro e acho certo, estadunidense.
Tudo
se passa durante a I Guerra Mundial. De início parece mesmo que será totalmente
diferente de Amélie, mas a própria personagem central, Mathilde, é muito parecida
com esta. Mesmo a atriz seguindo o roteiro, o comportamento persistente de
Mathilde em buscar o que acredita, as artimanhas de que se utiliza, sua superstição
e independência são totalmente Amélie. É uma romântica também, e é assim no
livro, por isso não culpem a interpretação de Audrey. Claro, o contexto e o que
se busca são diferentes para as duas personagens, mas elas se encontram. Certos
sorrisos esperançosos...
No
entanto, talvez o mais interessante seja acompanhar os comentários de Jeunet.
Quando ele fala de cada ator, sua relação com eles, como os descobriu, dos
detalhes técnicos, de suas falhas e de quanto se arrependerá por elas, das
dificuldades em fazer o filme acontecer financeiramente, em gravar as cenas... É
muito lindo entender como tudo funcionou e ver que ele se inspira em outras
produções, em outros diretores, faz homenagens a eles em seu filme... E o
próprio diretor fala que é difícil não revisitar cada filme que já fez. Diz que
se faz sempre o mesmo filme.
Um
fato triste foi a morte de Ticky Holgado, de câncer aos 59 anos, antes do
lançamento do filme. Segundo Jeunet, na gravação das suas últimas cenas ele já
estava tão debilitado que perdia a memória. Quem vê, realmente, não diz. Ele
fez o papel do detetive Germain Pior, pior do que uma fuinha, como dizia. E fez
muito bem! Acima uma foto dele em O Fabuloso Destino de Amélie Poulain.
E
como eu deixaria de falar dos meus amados gatos? Mathilde tem três, e um é
piromaníaco! (gargalhadas) Segundo Jeunet, Audrey se dá melhor com gatos, e
realmente havia o Rodrigué em Amélie! Gosto ainda mais dela por isto.
Trailer de Eterno Amor
Um comentário:
Amiga, eu amo o seu jeito de escrever! Será que é porque eu me identifico quando leio? rsrs Fiquei curiosa pra ver o filme. Obrigada pela indicação! Beijos!!
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