sábado, 19 de dezembro de 2009

A andorinha viajante


Pobre Helena...
     Cinco dias após a decepção de Dorian, melhor remédio não houve do que um romance brasileiro.
     Passei este tempo absorta pelo carisma de Helena, que não capturou somente à D. Úrsula, Estácio e Melchior, mas a mim... Senti-me remediada pela narração, pela graciosidade e pelos acontecimentos que ela traz, sem rodeios, mas com delicadeza e vivacidade.
      Pobre Helena de tão complicada infância, de amores tão divididos, mas tão sinceros e dedicados. Cheia de prendas e de coração caridoso, inteligente e compadecida, ela soube doar-se a todos e calar o segredo que lhe custava a felicidade. Se privou do carinho de Salvador, seu pai, do amor de Estácio, que foi a pior das crueldades que lhe acometeu seu destino...
     Padeceu, então, de amor por Estácio, pois não poderiam vivê-lo, de saudades de seus pais, pois não estariam mais presentes, e de remorso pelo segredo que veio à tona, e pelo possível julgamento que temia fosse sofrer pelo resto da vida. Faleceu, enfim.
     Lágrimas...



Como pode a leitura nos envolver e nos sensibilizar tanto? Agora sim ratifico o que diz Wilde: "Os livros são bem ou mal escritos." E este, foi excelentemente escrito.

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